sexta-feira, 15 de janeiro de 2010





A China garantiu hoje que a eventual saída da Google do país em sinal de protesto pela censura e alegados ciber-ataques chineses não vai afectar as relações com os EUA.
"Qualquer que seja a decisão da Google, isso não afectará o conjunto das relações económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos", disse o porta-voz do ministro do Comércio chinês, Yao Jian, citado pela 'Lusa'.
"Os dois países tem múltiplos canais de comunicação. Confiamos no saudável desenvolvimento das relações económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos", sublinhou o governante.
As declarações de Yao Jian surgem depois de na terça-feira passada o advogado da Google, David Drummond, ter anunciado que a empresa poderia abandonar da China devido aos "sofisticados ciber-ataques" chineses contra defensores de direitos humanos.
Segundo a mesma fonte, a Google e pelo menos vinte outras empresas foram atacadas numa aparente tentativa de penetrar nas contas de email de activistas espalhados pelo mundo.
"Estes ataques e a vigilância que eles evidenciam, conjugados com as tentativas registadas no ultimo ano para limitar ainda mais a liberdade de expressão na Web, levaram-nos a concluir que devemos rever a viabilidade das nossas operações comerciais na China", escreveu David Drummond no blogue oficial da empresa.
O porta-voz do ministério chinês do Comércio disse também não ter ainda recebido qualquer informação da Google sobre a intenção da empresa encerrar as operações na China.
A Google lançou em 2006 um site em língua chinesa, 'google.cn', e emprega cerca de 700 pessoas na China.
Ontem, um destacado membro do Departamento de Estado norte-americano pediu explicações a diplomatas chineses sobre o caso Google.
Para além da Google, também a Adobe e Yahoo! foram vítimas de ataques cibernéticos esta semana. Segundo fontes ligadas ao sector estes ataques terão vindo da rede de espionagem GhostNet, conhecida por ter "nascido" na China.
"Não se consegue provar que esta rede existe, mas quando se tenta localizar o IP (origem do ataque) destes ataques eles apontam para que tenham vindo de um ISP (fornecedor de internet) chinês. E neste caso as evidências apontam para que tenha sido esta rede", explicou ao Diário Económico Timóteo Menezes, director técnico de segurança da Symantec em Portugal.
Diário Económico, 2010.01.15


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